"E no dia em que moverdes o molho, preparareis um CORDEIRO SEM MANCHA, de um ano, em holocausto ao Senhor… Depois, para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; SETE semanas inteiras serão. Até ao dia seguinte ao sétimo sábado contareis CINQUENTA DIAS; então oferecereis NOVA OFERTA de manjares ao Senhor" (Lev.23:12, 15,16)
A festa das primícias era, para além do Sábado sagrado e da Páscoa, uma das solenidades do Senhor apregoadas como santas convocações diante do Senhor aos seus determinados tempos. Esta festa era celebrada da maneira seguinte: Assim que os filhos de Israel ceifavam a sua messe, esses traziam uma oferta movida das primícias da sua ceifa e oferecia em holocausto ao Senhor um cordeiro de um ano sem defeito com o resto de manjares, de acordo com o preceito divino. No dia à seguir o dia em que se apresentava diante de Deus a oferta do cordeiro sem mancha, contavam-se sete semanas inteiras e no dia seguinte ao sétimo Sábado; isto é, no QUINQUAGÉSIMO DIA, o sacerdote trazia UMA NOVA OFERTA diante do Senhor. O quinquagésimo dia da festa das primícias era então o grande dia de PENTECOSTES.
Embora podemos constatar que até este dia, algumas mentes não iluminadas se limitem na observação e celebração destas solenidades de uma maneira muito cerimonial todos os anos, a Palavra de Deus nos ensina que essas convocações caracterizaram, na verdade, um culto que era apenas uma sombra de bens futuros cujo corpo está em Cristo (Col.2:16,17). Pois, tratavam-se de ordenanças carnais numa verdadeira figura ou representação para os tempos presentes; e que eram impostas até ao tempo da correcção. Visto que este culto nunca podia, NO QUE TOCA A CONSCIÊNCIA, o homem-pecador que faz o serviço (Heb.9:9,10).
Pois que? Chegado o tempo da correcção, a Palavra de Deus revelada pela unção do Verdadeiro, nos ensina que Cristo, a nossa Páscoa, foi imolado (1Cor.5:7,8), como um Cordeiro sem mancha, nem defeito (1Pe.1: 18,19). É pois com Ele e por Ele que nós celebramos a festa dos remidos que representam "as primícias" de toda a criação de Deus, com os pães sem fermento da pureza e da Verdade.
Enquanto Israel celebrava a sua Páscoa de acordo com a figura da lei… lá no Calvário se celebrava a verdadeira Páscoa para as primícias de Deus que formam a assembleia dos primogénitos cujos nomes são inscritos no céu. Deus tinha imolado para nós o Cordeiro da nossa Páscoa. Aqui está a Verdade!
O Senhor bem advertiu que não tinha vindo revogar a lei, mas sim cumprir toda coisa. Pois não? E, tão verdadeiro quanto não podia se omitir da lei, nem um jota ou um til, sem que tudo seja realizado; devemos pois considerar aqui que de acordo com a lei de Deus, no QUINQUAGÉSIMO DIA depois do sacrifício do cordeiro sem defeito, o sacerdote devia se apresentar diante de Deus com uma nova oferta para o povo. Ora bem, nós sabemos que na lei, os corpos dos animais que são ofertados em sacrifício são queimados fora do acampamento, de forma que o Sumo-sacerdote, só, entrava uma vez por ano no lugar santíssimo trazendo consigo o SANGUE que ele oferecia para si mesmo e para os pecados do povo.
Agora, tal como nos ensina a Palavra de Deus na epístola aos Hebreus nos seus capítulos 9 e 10, Jesus Cristo apareceu na nova aliança como o CORDEIRO de DEUS que tira o pecado do mundo; e também como O SUMO-SACERDOTE de bens futuros. Como Cordeiro, Ele foi imolado na Páscoa, claro? Este é o sacrifício do Seu corpo quebrado por nós, FORA DO ACAMPAMENTO; FORA DA PORTA em perfeito acordo com as Escrituras (Heb.13:11,12). À seguir das solenidades (de acordo com a lei de Deus): no dia do Pentecostes, uma nova oferta teve que ser apresentado para o povo. E, isto não por qualquer indivíduo, mas sim pelo Sumo-Sacerdote. Considera agora que, aqui, o Cordeiro que foi imolado, é igualmente o Sumo-Sacerdote… entende isto? Cristo, O TUDO EM TODOS: A PLENITUDE DE QUEM CUMPRA TODAS AS COISAS. Sendo assim, na Sua condição de Sumo-Sacerdote, Ele teve que estar lá para nós, no dia da apresentação da nova oferta. Pelo que, era IMPOSSÍVEL QUE ELE PERMANECESSE NOS LAÇOS DA MORTE.
Lembrai-vos que sete sábados separam os dois eventos; sendo exactamente QUARENTA E NOVE DIAS entre os dois sacrifícios. Agora… a Palavra de Deus nos revela isto:
Está claro agora? Se, fizermos bem a contagem, partindo da Sua morte até no dia em que foi recebido na glória, faz precisamente quarenta e três dias. Sabendo pois, que o dia glorioso se aproximava, recomendou que os Seus discípulos não se afastassem de Jerusalém porque em "poucos dias" iriam ser baptizados do Espírito Santo. "Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há-de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas… ". Não perca isto: Quarenta e três dias já se tinham esgotado na contagem entre os dois sacrifícios; Restavam apenas perto de sete dias antes do grande dia de Pentecostes. Estes são os "poucos dias" aos quais o Senhor se refere. Depois de ter dito estas coisas, Ele foi elevado enquanto eles olhavam, até que uma nuvem O ocultasse aos olhos deles. Onde teria indo então? A Escritura da epístola aos Hebreus nos revela que na Sua condição de Sumo-Sacerdote, o Cristo atravessou um maior e mais perfeito tabernáculo, que não é desta criação. Ele não entrou num santuário feito por mãos de homem, em imitação do verdadeiro, mas sim: "…entrou no próprio céu para agora comparecer por nós perante a face de Deus" (Héb.9:11,12; 24…). No dia da NOVA OFERTA, Cristo, o nosso Sumo-Sacerdote, de acordo com o que é prefigurado na lei pelo sacerdote entrado uma vez por ano na presença de Deus; entrou também uma vez por todo no Santo dos santos; não com um sangue alheio, mas sim com O SEU PRÓPRIO SANGUE, havendo efectuado para nós uma REDENÇÃO ETERNA. Entenda isto: nos dias da Sua carne, Ele estava no pátio do tabernáculo para proclamar a salvação à todos, depois da Sua ressurreição, Ele está desta vez no lugar santo (adorando no santuário) com Seus discípulos. E aqui, nós O encontramos no lugar santíssimo, depois de ter atravessado o véu (a nuvem que O oculta aos olhos dos Seus) que separa os discípulos (os sacerdotes da nova aliança) da presença de Deus.
Na lei, os mesmos sacrifícios que se ofereciam cada ano, era incapaz de conduzir essas pessoas na perfeição, sobretudo, no tocante a consciência do pecador que não podia ser purificada dos pecados. E o sangue destes animais mortais que eram sacrificados todos os anos era incapaz de remir os pecados. De forma que nesses cultos se fazia cada ano a comemoração dos pecados. Pelo que, para efectuar uma redenção eterna, era absolutamente necessário achar um animal (um corpo) imortal. Porém, de acordo com o que está escrito, Só Deus possui a imortalidade. Sendo assim, o único sangue capaz de conseguir uma redenção eterna devia vir do próprio Deus. Era nesse caso preciso, achar um corpo para Deus; um tabernáculo vivo para a Palavra e o Espírito. Eis a razão fundamental para a qual a Palavra que estava no começo com Deus e era Deus foi feita carne.
"Pelo que, (Cristo) entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas CORPO ME PREPARASTE; holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram; então disse: Eis aqui venho (no princípio do livro está escrito de mim), para fazer, ó Deus, A TUA VONTADE" (Heb; 10:5,7). E, sempre de acordo com a Palavra de Deus: "NA QUAL VONTADE, temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, FEITA UMA VEZ" (Heb.10:10). Segundo o que está ainda escrito: "Vós sois salvos pela graça por meio da fé, isto não vem de vós. É um dom de Deus".
Considerem isso, queridos irmãos, a salvação não é operada pelo homem. Deus em Cristo é o Único Autor da nossa salvação. Se Ele efectivou uma redenção eterna, isto significa que nós não temos mais necessidade de qualquer sacrifício que seja para os pecados. Já, depois de ter sofrido fora da porta na Páscoa (o sacrifício do Seu corpo rompido para nós), Ele apresentou-se à Si mesmo diante de Deus, desta vez no lugar santíssimo dum santuário mais perfeito e que representa o próprio céu com o Seu próprio sangue no Pentecostes. Nós alcançamos assim O PERDÃO PELA REMISSÃO DOS PECADOS na Páscoa e A REDENÇÃO ETERNA no dia de Pentecostes. Falando desta redenção… nunca leram que o Espírito Santo é o selo da redenção? Pelo que, DEUS EM SINAL DE APROVAÇÃO DESTE SANGUE PRECIOSO DA NOVA ALIANÇA, DERRAMOU O SEU ESPÍRITO SOBRE A IGREJA CONGREGADA EM ORAÇÃO NO DIA DE PENTECOSTES. Foi o que aconteceu exactamente naquele dia como o confirma a Escritura em Act.2:1-4! Todas as outras interpretações particulares que podem seguir-se à isso, só podem torcer o verdadeiro significado de Pentecostes e produzir algumas falsas doutrinas que, neste dia, triunfaram do pentecostismo organizado.
O que aconteceu em Act.2:1-4, nos foi feito em figura em 2Cr.7:1: quando Salomão, o filho de David segundo a carne, terminou a construção do templo material e o dedicou ao Senhor. Ao apresentar o holocausto e os sacrifícios, fogo desceu do céu e a glória do Senhor encheu a casa. Pelo que, os filhos de Israel adoraram e louvaram ao Senhor, dizendo: "Porque é bom, porque a Sua benignidade dura para sempre". Da mesma maneira, quando Jesus Cristo, filho de David segundo o Espírito da promessa, tinha concluído a obra da edificação de uma casa espiritual para Deus, Ele apresentou a Sua oblação no dia de Pentecostes. E, Deus cuja misericórdia dura para sempre, fez exactamente a mesma coisa como para Salomão: línguas de fogo desceram do céu e Deus derramou a Sua glória (o Espírito Santo) que encheu o lugar onde os Seus "sacerdotes" estavam reunidos em oração. E, eles começaram à falar das maravilhas de Deus… e todo Jerusalém foi testemunha disso. Este é o Pentecostes de Deus: O PLANO DA SALVAÇÃO SE COMPLETOU E O SALVADOR É GLORIFICADO JUNTO DOS SEUS REMIDOS! Guardai-vos do fermento dos pentecostais!